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Glossário de Pesca

A

Águas lênticas
Águas paradas ou de pouca corrente, como pântanos, brejos, lagos e lagoas.
Águas lóticas
Águas correntes como riachos, ribeirões, rios e torrentes.
Anádroma
Espécie que embora habite em meio marinho durante grande parte da sua vida adulta, migra para os sistemas dulçaquícolas(água doce) tendo em vista a reprodução (e.g., salmão, lampreia-marinha).
Apêndices cutâneos
Pequenas saliências da pele.

B

Branquispinha
Projeções ósseas dos arcos branquiais em posição oposta aos filamentos branquiais e que retêm o alimento impedindo-o de sair pela abertura opercular. Variam muito em forma e número, sendo assim importantes na identificação e classificação dos peixes.
Barbatana
Pregas de pele suportadas por raios ósseos duros (espinhosos) e moles (ramificados). Usualmente utilizadas para a locomoção dos peixes ósseos. Barbatana adiposa – Pequena barbatana carnuda e sem raios que se situa entre a barbatana dorsal e a caudal de alguns teleósteos mais primitivos.
Barbatana anal
Barbatana mediana e ímpar situada ventralmente atrás do ânus e habitualmente na metade posterior do corpo.
Barbatana Caudal
Barbatana ímpar situada na parte terminal do corpo do peixe, formando conjuntamente com pedúnculo caudal a cauda. Pode ser formada por um único lóbulo (unilobulada) ou por dois lóbulos (bilobulada), neste último caso se os lóbulos são simétricos diz-se que é homocercal; caso não sejam simétricos designam-se por heterocercal.
Barbatana Dorsal
Barbatana dorsal – Barbatana mediana ao longo de alguns peixes suportada por raios. Podem existir uma ou mais sendo a mais anterior chamada a primeira dorsal.
Barbatana Peitoral
Barbatana usualmente presente de cada lado do corpo atrás da abertura branquial.
Barbatana Pélvica
Par de barbatanas justapostas ventralmente à frente do ânus; varia de uma posição abdominal nas espécies mais primitivas a peitoral ou jugular nas espécies mais evoluídas.
Barbilho
Apêndice carnudo situado junto da boca, do queixo ou do focinho do peixe; com função sensorial.
Bentónica
habita e alimenta-se sobretudo perto dos fundos dos rios. (e.g., boga-comum, góbio).

C

Catádroma
Espécie que passa grande parte da sua vida em água doce, embora migre para o meio marinho para se reproduzir (e.g., enguia, tainha).
Carena ventral
Crista localizada na região ventral de alguns peixes, desde as barbatanas pélvicas até ao início da barbatana anal. Nos Clupeídeos esta região apresenta escamas modificadas em forma de V. Escama – Peças esqueléticas de origem dérmica, justapostas umas com as outras e que recobrem total ou parcialmente o corpo dos peixes; destinam-se a proteger, dar suporte e por vezes a colorir o corpo; podem ser modificadas no seu bordo livre.

E

Escama ctenóide
Escamas de peixes ósseos que possuem pequenas projeções denticuladas na sua parte posterior e na sua fração exposta. No seu conjunto estes pequenos dentes dão às escamas um toque áspero.
Escama ganóide
Escamas duras e lustrosas, sem alterações estruturais significativas na parte posterior da fração exposta.
Espaço interdorsal
Espaços na face dorsal entre barbatanas dorsais; medida do ponto de inserção da primeira à origem da segunda ou do ponto de inserção da segunda à origem da terceira.
Espaço jugular
Espaço na face inferior da cabeça entre os opérculos e os dois ramos da mandíbula.
Escudetes
Nos Carangídeos são escamas modificadas da linha lateral, mais altas, grossas e estreitas do que as escamas normais e possuem uma pequena farpa dirigida para a parte posterior do peixe; nos Clupeídeos são escamas modificadas em forma de V, situadas no perfil central, formando uma quilha com a forma de uma serra (carena ventral).
Espinho cleitral
Espinho que se localiza no cleitro - maior osso dérmico lateral dos ossos que suportam a barbatana peitoral.
Espinhos operculares
Estruturas ósseas curtas e pontiagudas, situados nos opérculos; em regra encontram-se dirigidos para a parte lateral e/ou posterior do peixe.
Espinhos supraorbitais
Estruturas ósseas curtas e pontiagudas, situados na parte superior da cabeça dos peixes, acima dos olhos; em regra encontram-se dirigidos para a parte posterior do peixe. Estrias operculares
Pequenas alterações estruturais (sulcos) dispostas de forma radial e situadas na parte posterior do opérculo.

F

Fitófila
Desova sobre vegetação aquática, folhas, e raízes de plantas vivas ou mortas (e.g., pimpão, carpa).
Fitolitófila
Desova em águas pouco turvas, sobre plantas ou outros elementos submersos, como detritos lenhosos, gravilha ou rocha (e.g., boga-portuguesa, lucioperca).

H

Herbívora
Proporção elevada dieta constituída por material vegetal (e.g., género Pseudochondrostoma, tainha)

I

Invertívora
Proporção elevada da dieta constituída por invertebrados aquáticos (e.g., caboz-de-água-doce, escalos)

L

Lado cego
Nos peixes chatos é o lado do corpo que não tem os olhos.
Lado oculado
Nos peixes chatos é o lado do corpo onde se encontram os olhos.
Linha lateral
Órgão sensorial dos peixes que consiste num canal ao longo dos lados do corpo e que contacta com o exterior através de poros que atravessam escamas especializadas; geralmente percecionam vibrações de baixa frequência e diferenças de pressão; ajudam à orientação e perceção do espaço envolvente, assim como na deteção de presas ou predadores. Em regra, esta linha tem origem no limite superior do opérculo e estende-se até à base da barbatana caudal. O tamanho, o posicionamento, a forma e o tipo de curvatura destas estruturas são variáveis e podem ser utilizadas na diferenciação de espécies.
Linha lateral acessória
Linha composta por escamas não modificadas, com coloração distinta e que se situam no dorso, perto da base da(s) barbatana(s) dorsal(sais). O comprimento e a origem destas linhas podem ser utilizados na diferenciação de espécies.
Litófila
desova sobre substrato grosseiro; o sucesso reprodutivo destas espécies depende da existência de elementos como gravilha ou pedra (e.g., barbos, truta).

M

Membrana interradial
Membrana que une raios nas barbatanas dos peixes.

N

Narinas
Pequenas aberturas exteriores dos órgãos nasais, usualmente com a forma de um ou dois poros ou rasgos nos lados do focinho e situados à frente dos olhos; servem para deteção de odores. Opérculo
Ossos com forma lamelar, localizados na parte posterior e em ambos os lados da cabeça do peixe; protege e permite a abertura e fecho da cavidade branquial. O conjunto de ossos do opérculo inclui o preopérculo, o opérculo propriamente dito, o subopérculo e o interopérculo.

O

Oceanódromo
São os peixes ou outros animais aquáticos que migram entre diferentes locais ou regiões do oceano ao longo do seu ciclo de vida.
Omnívoro
Proporção significativa da dieta inclui material vegetal (>25%) e material animal (>25%) (e.g., barbos, peixe-gato-negro).

P

Pálpebra adiposa
Membrana transparente da pele que recobre parcialmente o olho de algumas espécies de peixes.
Pedúnculo caudal
Parte posterior do corpo do peixe situada entre a linha vertical, definida pela extremidade posterior da barbatana dorsal e a extremidade da barbatana anal e a linha vertical definida pela base da barbatana caudal.
Pelágica
Alimenta-se preferencialmente na coluna da água e à superfície. (e.g., truta, bordalo).
Pínulas
Pequenas barbatanas individuais, constituídas por poucos raios, posteriores às barbatanas dorsal e anal (localizadas no pedúnculo caudal).
Piscívora
proporção elevada da dieta constituída por peixes (e.g., lúcio, lucioperca).
Placas ósseas
Formações ósseas rígidas provenientes de escamas modificadas, que recobrem total ou parcialmente o corpo de alguns peixes. Presume-se que tenham funções de proteção e hidrodinâmicas.
Pontas córneas
Estruturas rígidas, semelhantes a dentes, localizadas na boca e que são utilizadas para a fixação e a alimentação de alguns peixes (ciclóstomos).
Potamódroma
Enceta migrações reprodutivas de longa distância dentro dos sistemas fluviais (e.g., géneros Pseudochondrostoma e Barbus).
Psamófila
Desova sobre vegetação ou raízes associadas a substratos arenosos, ou mesmo sobre a própria areia (e.g., góbio).

R

Raios moles (ramificados)
Estruturas ósseas segmentadas, compostas de dois elementos laterais juntos que suportam a membrana interradial das barbatanas. São quase sempre flexíveis e ramosos.
Raios duros (raios espinhosos)
Estruturas ósseas rígidas, geralmente pontiagudas que suportam a membrana interradial das barbatanas.

T

Tubérculos ósseos (tuberosidades ósseas)
São placas cónicas mineralizadas pequenas e isoladas, distribuídas aleatoriamente, que podem ser consideradas como escamas modificadas; situam-se na face oculada, na periferia do corpo junto da base das barbatanas dorsal e anal ou em todo o corpo, e/ou ainda, na zona da cabeça de alguns peixes chatos.

V

Vivípara
Desenvolvimento embrionário no interior das fêmeas (e.g,gambúsia)
Fonte: ICNF (www.icnf.pt)