Barbo Comum, Barbo-do-norte
Barbo
Barbo Comum
Barbo do Norte
Luciobarbus bocagei
Origem
O Barbo é uma espécie autóctone da Península Ibérica. Tem preferência pelas mais fundas e rápidas correntes de rio com fundos de pedra ou gravilha. Alimenta-se maioritariamente de invertebrados, como pequenos crustáceos, larvas de insectos e moluscos. A desova ocorre de Maio a Julho depois do Barbo ter migrado pelo rio acima. Os ovos são venenosos.
Distribuição Geográfica
Açores e Madeira, nos rios Adrão, Âncora, Arade, Ave, Cávado, Coura, Douro, Estorãos, Guadiana, Lima, Lis, Minho, Mira, Mondego, Paiva, Sado, Sorraia, Sousa, Tâmega, Tejo e Vouga. Também nas ribeiras de Carreiras, Foupana, Monchique, Odelouca, Torgal, Vale de Ferro e Vascão, e nas barragens de Aguieira, Alto Lindoso, Arade, Belver, Bemposta, Crestuma Lever, Ermal, Funcho, Régua e Torrão. E ainda no Paúl do Taipal e nas lagoas de Mira e Óbidos.
Características
O habitat preferido apresenta áreas com elevada cobertura ripária de cursos de água permanentes com marcadas características lóticas (com corrente) e reduzida instabilidade hídrica. O barbo-comum tem preferência por troços mais profundos, com mais oxigénio e substrato fino. Os juvenis ocorrem em zonas com alguma profundidade, próximas da margem e sem corrente, evitando habitats com muita cobertura arbórea. Esta espécie é um nadador activo com grande capacidade de deslocação.
Habitat
O habitat preferido apresenta áreas com elevada cobertura ripária de cursos de água permanentes com marcadas características lóticas (com corrente) e reduzida instabilidade hídrica. O barbo-comum tem preferência por troços mais profundos, com mais oxigénio e substrato fino. Os juvenis ocorrem em zonas com alguma profundidade, próximas da margem e sem corrente, evitando habitats com muita cobertura arbórea. Esta espécie é um nadador activo com grande capacidade de deslocação.
Alimentação
O barbo-comum apresenta uma alimentação generalista e oportunista. Alimenta-se principalmente de material vegetal (plantas e algas filamentosas) e larvas de insetos aquáticos nomeadamente de dipteros (quironomídeos e simulídeos), efemerópteros (caenídeos), plecópteros, coleópteros, hemípteros, moluscos, ácaros e tricópteros (hidropsiquídeos). Ocosionalmente ingere areia, cladóceros, insectos terrestres (formicídeos) e sementes. Os peixes de maiores dimensões alimentam-se mais de material vegetal e ocasionalmente de outros peixes. Em barragem alimenta-se principalmente de larvas de dipteros, detritos e crustáceos planctónicos e algumas algas filamentosas.
Reprodução
Na época da reprodução, de finais de Abril a Junho/Julho, os machos exibem umas pontuações brancas à volta do focinho designados de tubérculos nupciais. Realiza a desova no final da Primavera ou já durante o Verão, com uma capacidade de cerca de 8.000 ovos em média, em zonas de fundos pedregosos e arenosos e de águas pouco profundas mas ricas em oxigénio.
Tamanho mínimo de captura: 20 cm.
Período de pesca: 16 de Julho a 14 de Março.
Espécies de barbo na península ibérica
Portugal e Espanha
Barbo Comum, Barbo-do-norte (Luciobarbus bocagei)
Robusto, coberto com escamas grandes e quase cilíndrico. A barbatana dorsal é alta e curta. Seu focinho é quase cónico, apresentando a boca em posição ventral. Caracteriza-se por ter lábios e quatro barbilhos carnudos. Possui dentes faríngeos implantados em duas filas e, geralmente, possui uma parte traseira verde-azeitona a castanho-esverdeada na parte superior, cujos flancos geralmente apresentam reflexos dourados. A barriga é branca amarelada a suja.
Barbo Comizo, Cumba (Luciobarbus comizo)
Difere do comum por ter um focinho longo e o primeiro raio da barbatana dorsal ossificado e robusto. Tem barbilhos curtos (não atingindo a borda anterior do olho) e cabeça comprida com perfil dorsal côncavo semelhante ao bico de um pato. Encontrado apenas nas bacias do Tejo, Guadalquivir e Guadiana. É a espécie do género Barbus que pode atingir os maiores tamanhos e pesos, sendo conhecidos exemplares que ultrapassam um metro de comprimento total e pesos superiores a 10 kg. Seu corpo é alongado, especialmente na região caudal, onde se estreita consideravelmente.
Barbo-de-cabeça-curta, Buceiro (Luciobarbus microcephalus)
O Atinge dimensões semelhantes ao barbo comum. Tem lábios finos e retraídos, barbilhos curtos (não atingindo a borda anterior do olho) e cabeça curta com perfil dorsal côncavo. Pode atingir os 50Cm. Como em outros barbos ibéricos, as fêmeas têm a barbatana anal mais longa que os machos, característica que se pensa estar relacionada com a prática de cavar um sulco para postura. Os machos na estação de desova têm tubérculos nupciais na frente da cabeça. Esta espécie coexiste com a L.Comizo(Cumba) em reservatórios e rios com canais profundos e águas lentas, não são encontradas nas partes mais junto à superfície. No entanto, também pode ser encontrado em troços com maior declive com maior corrente, locais pouco frequentados pelo L.Comizo. Tem uma dieta bastante semelhante à do Barbo comum, pois também é detritívora e bêntica.
Barbo Gitano, Barbo do sul (Luciobarbus sclateri)
Também vulgarmente conhecido como Barbo do Sul, Barbo do Algarve, Barbo Gitano é uma espécie que pode atingir os 40Cm. Com um corpo robusto o pedúnculo caudal é mais baixo e mais alto do que em outras espécies do género Barbus. Os barbilhos estendem-se para além da borda posterior do olho. Possui um número menor de escamas que outras espécies do mesmo género. A coloração é muito constante e em amostras adultas há um forte contraste entre a parte ventral clara e as costas escuras. Durante a estação reprodutiva, os machos desenvolvem tubérculos nupciais grandes e visíveis na cabeça, e a diferença de cor entre as costas e a barriga é acentuada. Ocupa diferentes secções do rio na mesma área de distribuição, mas desaparece em águas frias e rápidas, bem como em áreas de reservatórios onde é substituído pela Cumba(L. Comizo), espécie endémica no sul da península ibérica, ocupa todas as bacias nesta zona. Muito abundante, embora siga os mesmos padrões de declínio que o resto dos barbos que habitam nossas águas.
Barbo intermédio (Luciobarbus steindachneri)
É considerado, por alguns autores, a mesma espécie que o L.comizo. Em Portugal ocorre na bacia hidrográfica do Guadiana generalizada no rio principal e nas principais sub-bacias(Collares-Pereira et al. 2000a, 2002a, Tiago et al. 2001). No Tejo, citações recentes registam a sua ocorrência apenas na sub-bacia do Sorraia(Fluviatilis 2003). Em Espanha esta espécie não é reconhecida, sendo considerada cumba B. comizo (Doadrio 1988). Existem, em alguns casos, dificuldade na idêntificação desta espécie por individuos resultantes de hibridação. Com os barbilhos de tamanho médio até metade do olhos, região dorsal verde escura, região ventral branca, amarela ou rosa. Habita o fundo dos cursos de água de grande dimensão sendo relacionado a zonas de maior profundidade mas com correntes não muito velozes. Os adultos e juvenis ocorrem a profundidades entre 50 a 70Cm em zonas de rocha.
Em Espanha
Algumas subespécies existem apenas no nordeste da península e, no caso do barbo mediterráneo, apenas entre os rios Mijares e Serpis no sul de Espanha
- Barbo Colirojo (Barbus haasi)
- Barbo de Graells (Luciobarbus graellsii)
- Barbo Mediterráneo (Luciobarbus guiraonis)
- Barbo de montanha (Barbus meridionalis)